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domingo, 20 de janeiro de 2019

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Ciências Agora Pulsos de attossegundos Exoesqueleto de mão Tecnologias agrícolas e espaciais Mosquito transgênico pode ser peça-chave no combate às arboviroses O futuro do futuro: o que esperar da inteligência artificial cognitiva? Embriões, seus filhos e o PL do veneno Pulsos de attossegundos Posted: 19 Jan 2019 12:18 PM PST Uma nova tecnologia laser de alta velocidade permitiu que os físicos gerassem pulsos de fótons de alta energia, na faixa dos attossegundos, com uma intensidade sem precedentes. Pulso de luz fotografa elétron mais interno dos átomos É a primeira vez que se consegue observar diretamente os elétrons da camada mais interna de um átomo. [Imagem: Christian Hackenberger/MPQ/MPG] Isso permitiu, com um único pulso, observar a interação de múltiplos fótons com elétrons na camada orbital mais interna de um átomo. Esses pulsos de luz mais rápidos do mundo já permitiam ver elétrons em câmera lenta, mas apenas elétrons da camada mais externa dos átomos. Observar o movimento de elétrons nas camadas internas exige pulsos que não apenas devem ser ultracurtos, mas também muito brilhantes, e os fótons devem ter energia suficientemente alta para adentrar no átomo. Essa combinação de propriedades tem sido o objetivo de muitos laboratórios em todo o mundo nos últimos 15 anos, mas ninguém havia obtido sucesso até agora. Boris Bergues e seus colegas da Universidade Ludwig Maximilians de Munique e do Instituto Max Planck de Óptica Quântica (Alemanha), conseguiram todas as condições necessárias para alcançar esse objetivo desenvolvendo uma nova fonte de pulsos de attossegundos - um attossegundo dura um bilionésimo de bilionésimo de segundo. Fotografando um elétron interno Em sua demonstração, a equipe conseguiu observar a interação não-linear de um pulso attossegundo com elétrons em uma das camadas orbitais internas do núcleo atômico - neste contexto, o termo "não linear" indica que a interação envolve mais de um fóton (neste experimento, dois estavam envolvidos). Os pulsos de alta energia foram focados em um fluxo de gás xenônio. Os fótons que eventualmente interagem com a camada interna de um átomo de xenônio expulsam os elétrons daquela camada, ionizando o átomo. Usando um microscópio iônico para detectar esses íons, a equipe conseguiu, pela primeira vez, observar a interação de dois fótons confinados em um pulso de attossegundos com os elétrons nas camadas orbitais internas dos átomos. "A dinâmica dos elétrons nas camadas internas dos átomos é de particular interesse porque resultam de uma interação complexa entre muitos elétrons que interagem uns com os outros," explicou Boris Bergues. "A dinâmica detalhada resultante dessas interações levanta muitas questões, que agora podemos abordar experimentalmente usando nossa nova fonte attossegundos." Esses pulsos de attossegundos de alta intensidade poderão ser usados para rastrear o movimento de elétrons dentro dos átomos em tempo real, "congelando" esse movimento graças à extremas velocidades de obturação durante a captura das imagens - o equipamento equivale, assim, à câmera mais rápida do mundo. Fonte: Inovação Tecnológica Visite-nos e deixe seus comentários. Posted: 19 Jan 2019 12:14 PM PST Químicos da Universidade Martin Luther, na Alemanha, descobriram como desintegrar de forma fácil e barata poluentes dispersos na água que até hoje só dificilmente poderiam ser retirados. Poluentes da água são quebrados usando um LED e vitamina C O sistema com LEDs gera tantos elétrons hidratados quanto os sistemas de lasers de alta potência, que são muito perigosos.[Imagem: R. Naumann et al. - 10.1002/anie.201711692] Para livrar a água dos poluentes, Robert Naumann e seus colegas só precisam de um LED verde, um catalisador e vitamina C. Essa combinação produz tipos especiais de elétrons que destroem de forma confiável os poluentes na água - os elétrons são liberados pela energia da luz de seu composto molecular na vitamina C e então passam a nadar livremente na água, onde interagem com os poluentes. "A ideia é que a luz penetre numa molécula e desencadeie uma reação lá," explicou o professor Martin Goez, coordenador da equipe. "Estes chamados 'elétrons hidratados' são extremamente reativos e podem, por exemplo, ajudar a quebrar os poluentes. A vantagem em relação a outras substâncias é que os elétrons desaparecem completamente após a reação, o que significa que não deixam resíduos prejudiciais." Quebra de poluentes Os elétrons hidratados reagem com substâncias muito estáveis, dividindo-as em seus componentes individuais, tipicamente inertes. Até agora, isso só podia ser feito usando sistemas de laser complexos demais para usos práticos, além do que os lasers de alta potência necessários para gerar esse tipo de elétron exigem rígidas precauções de segurança. Em contrapartida, o sistema com LEDs e vitamina C é muito mais simples e barato. "Nosso sistema consiste em um diodo padrão de emissão de luz verde, traços de um complexo metálico que atua como catalisador e vitamina C. Este método pode ser ensinado aos estudantes de graduação no início do curso," disse Goez. O grupo testou o método com vários poluentes, incluindo o ácido cloroacético, uma substância extremamente tóxica e muito estável - o ácido foi totalmente desfeito em componentes inofensivos. Segundo a equipe, a técnica é adequada não apenas para a decomposição de cloretos ou fluoretos prejudiciais; ela pode ser aplicada a muitas outras reações fotoquímicas que são difíceis de iniciar por outros meios. Fonte: Inovação Tecnológica Visite-nos e deixe seus comentários. Exoesqueleto de mão Posted: 19 Jan 2019 11:59 AM PST Em lugar de uma mão robótica, engenheiros e neurocientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, estão desenvolvendo um exoesqueleto de mão. Leve e portátil, o equipamento, batizado de Mano, pode ser controlado por ondas cerebrais, prometendo restaurar a funcionalidade em pacientes que perderam os movimentos das mãos por doenças como AVC (acidente vascular cerebral) ou por acidente mecânico. Em comparação com as cirurgias para implantes de próteses robotizadas, o exoesqueleto de mão fica preso às juntas por fitas de velcro, podendo ser vestido e deixado de lado com facilidade. Cabos metálicos atuam como tendões ao longo do lado de trás de cada dedo, deixando a palma livre para maximizar as sensações sentidas pela mão. Os motores para puxar e empurrar os diferentes cabos - flexionando os dedos quando os cabos são empurrados e estendendo-os quando puxados - ficam em uma espécie de bolsa presa ao tórax. Exoesqueleto de mão controlado por ondas cerebrais Múltiplas interfaces de controle podem ser usadas, mas a interface cerebral está apresentando os melhores resultados. [Imagem: EPFL] Múltiplos tipos de controle Segundo um dos seus criadores, Luca Randazzo, o exoesqueleto é "adaptável por design", o que significa que a interface de controle pode ser escolhida de acordo com a habilidade física residual do paciente. Em cada caso, a interface de controle pode ser escolhida dentre uma grande variedade de sistemas, desde o monitoramento do movimento ocular para pessoas severamente paralisadas, interfaces de voz usando um telefone celular, até a detecção da atividade muscular residual do membro danificado ou a leitura das ondas cerebrais com um aparelho padrão já disponível comercialmente. A equipe decidiu avançar no controle da Mano por ondas cerebrais usando "capacetes" que medem as ondas neurais por eletroencefalografia depois de descobrirem que os movimentos das mãos induzidos pelo exoesqueleto provocam padrões cerebrais típicos dos movimentos saudáveis das mãos. Além disso, os movimentos das mãos induzidos pelo exoesqueleto, combinados com a interface cérebro-máquina, geram padrões cerebrais peculiares que podem de fato facilitar o controle do aparelho. "Este controle do exoesqueleto de mão otimizado com a atividade de ondas cerebrais provavelmente deve-se ao maior engajamento dos indivíduos, facilitado por um rico feedback sensorial fornecido pela natureza do nosso exoesqueleto. O feedback é fornecido pela percepção do usuário da posição e do movimento da mão, e essa propriocepção é essencial," disse o professor José Millán. Ainda não há previsão de colocação do equipamento no mercado. Fonte: Inovação Tecnológica Visite-nos e deixe seus comentários. Tecnologias agrícolas e espaciais Posted: 19 Jan 2019 11:23 AM PST Uma equipe de biólogos de quatro países acaba de fazer uma descoberta inesperada: um novo tipo de fotossíntese, até agora desconhecido pelos cientistas. A grande maioria da vida na Terra aproveita a parte vermelha da luz solar no processo de fotossíntese. O novo mecanismo usa uma faixa do espectro que não é visível ao olho humano: a luz infravermelha próxima. O mecanismo foi detectado em uma ampla gama de cianobactérias (algas verde-azuladas) que comumente crescem em áreas sombreadas. E, como LEDs infravermelhos estão largamente disponíveis - eles são usados em controles remotos, por exemplo - a equipe já verificou que a fotossíntese na faixa do infravermelho próximo ocorre normalmente dentro de um armário escuro "iluminado" apenas com esses LEDs. O impacto da descoberta vai além da compreensão básica de um fenômeno fundamental que ocorre nas plantas. O efeito mais direto deverá ser na criação de novas tecnologias agrícolas, permitindo desenvolver culturas mais eficientes que tirem proveito dos comprimentos de onda mais longos da luz, e na criação de novos tipos de biorreatores para produção de químicos e combustíveis. Mas haverá efeitos com um alcance bem maior, por exemplo, ampliando a forma como procuramos por vida alienígena em outros planetas e luas. Fotossíntese além do limite vermelho O tipo de fotossíntese padrão e quase universal usa o pigmento verde, conhecido como clorofila-a, tanto para coletar a luz quanto para usar sua energia para produzir compostos bioquímicos e oxigênio. O modo como a clorofila-a absorve a luz significa que apenas a energia da luz vermelha pode ser usada para a fotossíntese. Como a clorofila-a está presente em todas as plantas, algas e cianobactérias que conhecemos, os cientistas acreditavam que a energia da luz vermelha estabelecia o "limite vermelho" para a fotossíntese - isto é, a quantidade mínima de energia necessária para fazer a química que produz oxigênio. Descoberto novo tipo de fotossíntese - com importância na terra e no espaço Células artificiais com fotossíntese também prometem abrir novos caminhos tecnológicos. [Imagem: Disease Biophysics Group/Harvard University] No entanto, quando algumas cianobactérias são cultivadas sob luz infravermelha, os sistemas padrão contendo clorofila-a são desativados e diferentes sistemas contendo um tipo diferente de clorofila, a clorofila-f, assumem o controle. Até agora acreditava-se que a clorofila-f apenas coletasse a luz. Dennis Nürnberg e seus colegas descobriram que não é assim, que a clorofila-f desempenha o papel fundamental na fotossíntese sob condições sombreadas, usando luz infravermelha de baixa energia para fazer a química complexa - esta é a fotossíntese "além do limite vermelho". A fotossíntese baseada em clorofila-f representa um terceiro tipo de fotossíntese que é largamente disseminada, disseram os pesquisadores. Contudo, ele é usado apenas em condições sombreadas ricas em infravermelho; em condições normais de iluminação, a forma padrão vermelha de fotossíntese é usada pelos mesmos organismos e plantas. "A nova forma de fotossíntese nos fez repensar o que pensávamos ser possível. Isto também muda a forma como entendemos os principais eventos no coração da fotossíntese padrão. Esse é o tipo de coisa que muda os livros didáticos," disse o professor Bill Rutherford, do Imperial College de Londres. Descoberto novo tipo de fotossíntese - com importância na terra e no espaço Outra área de interesse é a chamada biofotovoltaica, que promete células solares mais verdes. [Imagem: University of Cambridge] Agricultura e astrobiologia Estes novos dados deverão ser úteis para pesquisadores que tentam projetar culturas para realizar uma fotossíntese mais eficiente usando uma gama maior de luz. O modo como as cianobactérias estudadas se protegem de danos causados por variações no brilho da luz pode ajudar os pesquisadores a fazer melhoramentos nas culturas, afirmou a equipe. O limite vermelho também é usado em astrobiologia para avaliar se alguma forma de vida complexa pode ter evoluído em planetas em outros sistemas solares - e isso agora terá que mudar. Fonte: Inovação Tecnológica Visite-nos e deixe seus comentários. Mosquito transgênico pode ser peça-chave no combate às arboviroses Posted: 19 Jan 2019 10:54 AM PST Machos com espermatozoides defeituosos, criados por cientistas da USP, poderão reduzir a população de Aedes aegypti e participar de estratégias para controle de epidemias de dengue, zika e febre amarela. Resultado de imagem para Mosquito transgênico pode ser peça-chave no combate à s arbovirosesAo lado do desenvolvimento de vacinas, a produção de mosquitos geneticamente modificados pode se tornar uma das armas mais eficientes para o enfrentamento das epidemias de dengue, chikungunya, zika e febre amarela. Machos transgênicos de Aedes aegypti, dotados de espermatozoides defeituosos, foram criados no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e poderão ser produzidos em escala-piloto ao longo do próximo ano. “Esses machos transgênicos procuram fêmeas selvagens onde quer que elas se encontrem – inclusive em locais inacessíveis à ação humana. Devido ao defeito introduzido em seus espermatozoides, os ovos resultantes da cópula são inviáveis e isso contribui para a diminuição da população de Aedes aegypti”, disse Margareth Capurro, professora do ICB-USP e principal responsável pelo desenvolvimento desse mosquito modificado por transgenia. Resultado de imagem para Mosquito transgênico pode ser peça-chave no combate à s arboviroses A pesquisadora ressalva que o Aedes aegypti transgênico não deve ser entendido como estratégia exclusiva de combate, mas como parte de um controle integrado, que vai da educação da população ao desenvolvimento de vacinas, passando pela eliminação de potenciais criadouros (depósitos de lixo, plásticos, garrafas, pneus) e pelo uso de larvicidas e inseticidas. “Esse mosquito é um produto brasileiro. Seu desenvolvimento teve financiamento da Fapesp e da Agência Internacional de Energia Atômica [organização autônoma no âmbito da ONU, Organização das Nações Unidas]. Por isso, em vez de ser apropriado por alguma empresa privada, com objetivo de lucro, ele deve ser distribuído gratuitamente pela ONU para os 44 países envolvidos no controle de mosquitos. Já argumentei, inclusive, que não cabe requerer patente, pois a tecnologia deve ser doada para qualquer país que a queira adotar”, disse Capurro. Segundo ela, foi concluída a fase 1 da pesquisa, com a produção do mosquito no campus da Universidade de São Paulo, em laboratório do ICB-USP. “No próximo verão, terá início a fase 2, que é o teste em gaiola de campo. Os mosquitos serão confinados em espaços grandes, com 3 metros quadrados de base, imersos no ambiente natural. O objetivo é saber se eles sobrevivem e são capazes de copular na presença de ventos ou de chuvas. Esse é um teste importante, pois, quando fazemos uma modificação genética, além das características de interesse, podemos induzir também características indesejáveis”, explicou Capurro, que conduziu o projeto de pesquisa “Avaliação e melhoramento de linhagens transgênicas de Aedes aegypti para controle de transmissão de dengue”, apoiado pela Faspesp. A fase 2 será realizada na biofábrica da Moscamed Brasil, em Juazeiro, na Bahia. Essa instituição parceira é uma organização social, sem fins lucrativos, criada com base no programa da Agência Internacional de Energia Atômica para o desenvolvimento de variedades estéreis da mosca-da-fruta do Mediterrâneo – daí o nome Moscamed. Tal programa já inspirou a criação de várias biofábricas para produção de insetos transgênicos ao redor do mundo. Produção em escala-piloto Cada ciclo de vida de mosquito leva 30 dias. Por isso, a fase 2, com a criação de várias gerações e as respectivas avaliações, precisará se estender por seis a oito meses, aproximadamente de setembro de 2018 a março/abril de 2019. Se tudo correr bem, na transição de 2019 para 2020, poderemos ingressar na fase 3, que será a produção do Aedes aegyptigeneticamente modificado em escala-piloto, em quantidades de aproximadamente 500 mil indivíduos por semana. Nessa fase, o produto poderá receber ainda alguns ajustes. A etapa seguinte será a implementação da estratégia em grande escala. Para isso, a biofábrica de Juazeiro já possui capacidade instalada para produzir 14 milhões de mosquitos transgênicos por semana. “Mas a produção em Juazeiro ou em outro lugar depende de várias considerações logísticas, que precisam contabilizar custos de produção, custos de transporte, contratação e treinamento de pessoal qualificado etc. Minha intenção é entregar a tecnologia pronta para o Ministério da Saúde e outros ministérios, para que, se houver interesse, seja criado um programa voltado para a implementação. Como o produto será entregue também à ONU, mesmo que o Brasil decida não implementar o programa, outros países poderão implementá-lo”, disse Capurro. Fonte: JC - Agência Fapesp Visite-nos e deixe seus comentários. O futuro do futuro: o que esperar da inteligência artificial cognitiva? Posted: 19 Jan 2019 10:47 AM PST Tendência é que a próxima geração de sistemas crie canais de conhecimento por conta própria. Resultado de imagem para O futuro do futuro: o que esperar da inteligência artificial cognitiva? Você já ouviu falar sobre Ke Jie? Ele foi considerado o melhor jogador humano do antigo jogo de tabuleiro chinês Go. Recentemente, porém, foi derrotado por um jogador virtual conhecido como AlphaGo, desenvolvido pelo grupo de pesquisa DeepMind AI da Alphabet. Enquanto isso, em outro canto do mundo, mais precisamente na Suíça, pesquisadores da Penn State University e da Écola Polytechinique Fédérale de Lausanne, usavam conceitos de reconhecimento facial para treinar um computador, a fim de que ele reconhecesse doenças de plantas. O objetivo final, era dar a qualquer pessoa com um smartphone em mãos as mesmas habilidades que um especialista. Fantástico, não? O potencial de aplicações de inteligência artificial como essas é vasto; e as pessoas já começaram a se familiarizar com apps transacionais em seu dia a dia, seja uma interação com a Siri para buscar um restaurante, ou no momento em que paramos para perguntar para Alexa ou Google Home quanto tempo levaremos para chegar ao aeroporto. No mundo B2B, esses apps também se proliferam rapidamente: um exemplo são os chatbots que servem de gateways em sistemas corporativos, como ERP ou Human Capital Management (HCM), e utilizam AI para automatizar tarefas por meio de funções de voz ou chats. Eles podem atuar em funções simples como pedir a um sistema do HCM para inserir uma solicitação de férias; ou tarefas mais avançadas, como entender o histórico de compras do cliente nos últimos 30 dias. Você pode argumentar, com razão, que os exemplos acima não são inteligência artificial de verdade, mas sim uma forma trivial de aprendizado de máquina. Mas o que você não pode discordar, é que essa é apenas a ponta de um grande iceberg. Pensando e não apenas aprendendo As tecnologias de inteligência artificial que usamos hoje são, na verdade, bastante limitadas. A tendência é que a próxima geração de sistemas crie canais de conhecimento por conta própria. É o que chamamos de inteligência artificial cognitiva, onde os sistemas são capazes de agir com base em aprendizado e raciocínio, fazendo deduções e ampliando seus conhecimentos para que possam fornecer informações, detectar e evitar possíveis problemas, identificar padrões de dados e muito mais. Com a AI cognitiva, o sistema de gestão de uma empresa que gerencia grandes frotas, pode prever problemas, solicitar peças, agendar a manutenção e executar testes de qualidade para garantir que o equipamento esteja no padrão. No âmbito da saúde, por sua vez, é possível utilizar apps de radiologia baseados em nuvem para reconhecer e identificar resultados normais, permitindo aos radiologistas se concentrarem nos diagnósticos que mostrem potenciais anormalidades. Já na área industrial, um fabricante de produtos químicos pode utilizar a AI cognitiva para monitorar as emissões de CO2. Áreas a observar odo mundo que aposta em inteligência artificial quer saber onde estão as maiores oportunidades. Embora as previsões nesse estágio ainda sejam um pouco tênues, existem algumas áreas que a maioria dos especialistas concorda que possuam um potencial significativo. Big Data + AI + visualização de dados e controle de voz - O mundo dos negócios está repleto de dados, mas a AI tem o potencial de levar o uso de big data para a estratosfera. Combinando capacidade de processamento com capacidades de aprendizagem cognitiva, a AI poderá identificar rapidamente padrões em dados que seriam difíceis ou impossíveis para os humanos verem de forma independente. E quando os humanos puderem acessar essas informações via controle de voz ou com fácil entendimento e manipulação de visualizações de dados, seu valor cresce exponencialmente. Asset Management – Essa é uma área em que a IoT já tem um impacto positivo significativo. As informações dos sensores que monitoram tudo, permite que as empresas evitem problemas e aumentem o retorno de seus investimentos. Outras fontes de dados - como relatórios de drones sendo usados para inspeções - estão tornando a informação ainda mais acessível e reduzindo a necessidade de intervenção humana. Acrescente AI cognitiva a essa mistura e você terá o potencial de eliminar em grande parte os seres humanos de um processo que antes era demorado e altamente manual. Imagine um mundo com equipamentos que são virtualmente “automantenedores”. Produtividade – Aqui AI pode ter maior impacto. O conceito é: quando as máquinas podem ser usadas para automatizar tarefas rotineiras, os humanos podem dedicar mais tempo ao trabalho que importa. Fonte: Computerworld - *Carmela Borst é diretora Sênior de Marketing para América Latina carmela.jpg Visite-nos e deixe seus comentários. Embriões, seus filhos e o PL do veneno Posted: 19 Jan 2019 10:25 AM PST Em edição especial da coluna, o biólogo Eduardo Sequerra garante que é preciso mais tempo para se fazer os experimentos corretos antes de se liberar os agrotóxicos. Estamos todos acompanhando a discussão do Projeto de Lei 6.299/2002, mais famoso por PL do veneno, no Congresso Nacional, que discute a flexibilização das regras para uso de agrotóxicos no Brasil. Seus críticos falam muito sobre os efeitos mais próximos, como aquilo que comemos pode nos causar câncer e outras doenças. Casos de intoxicação direta são alarmantes. Mas além desse efeito direto, a verdade é que qualquer decisão que tomemos será importante para várias gerações. E não só de humanos, como ainda de quase todos os animais que nos cercam. Isso por que agrotóxicos tem também efeitos lentos, que demoram muito tempo para levar a uma causa. Agrotóxicos têm efeitos lentos, que demoram muito tempo para levar a uma causa. (Foto: Google) Bom, que agrotóxicos fazem mal todos sabemos (ou fingimos que não sabemos). Mas vocês sabem como? Essas substâncias não atuam exatamente como veneno. Se atuassem, seria muito mais fácil relacionar o seu consumo com o efeito. Mas ao invés disso, agrotóxicos muitas vezes atuam como desreguladores endócrinos. Isso quer dizer que eles alteram o funcionamento de nossos hormônios. Hormônios são substâncias produzidas por um órgão específico de nosso corpo. Mas que caem na corrente sanguínea e causam mudanças em diversos outros tecidos, que tem os receptores para estes. Isso é, hormônios são sinalizadores de longa distância com efeitos em grande parte do corpo. Durante nosso desenvolvimento, a sinalização por hormônios regula a formação de nossos corpos. Estes são importantes para a formação dos vasos sanguíneos, para o crescimento de pelos, para a formação dos órgãos reprodutores etc. Indivíduos mais jovens são geralmente mais suscetíveis a anomalias por estarem em desenvolvimento (Foto: Google) O problema dos desreguladores endócrinos é que muitas vezes seu efeito não é aparente. As anomalias só são perceptíveis se observarmos suas células no microscópio, ou os níveis de expressão dos genes, ou o balanço de reações bioquímicas. Outro problema é que indivíduos mais jovens são geralmente mais suscetíveis por estarem em desenvolvimento. Além disso, a exposição durante o desenvolvimento pode não causar um efeito imediato mas levar a uma anomalia microscópica que só vai se manifestar como doença no adulto, décadas depois. Assim, o efeito de agrotóxicos é muito difícil de ser reconhecido na clínica. Poucos médicos perguntam para um paciente com suspeita de câncer se seus pais manipularam defensivos agrícolas quando ele era criança. Mas a história mostra que a ciência é capaz de detectar esses fenômenos. Um dos livros mais influentes do século XX foi “A primavera silenciosa”, publicado por Rachel Carson, em 1962. Nele, Rachel faz um apanhado de todos os estudos científicos com agrotóxicos da época e argumenta que eles têm efeitos danosos sobre os animais silvestres e à saúde dos seres humanos. Este livro é considerado o fundador das políticas e movimentos ambientalistas que temos hoje em dia. A contaminação ambiental por DDT ameaça comunidades de aves e répteis por causar a fragilidade da casca de seus ovos. (Foto: Google) Um dos agrotóxicos utilizados na época era o DDT. Esse composto é muito eficiente em matar as insetos que atacam a lavoura. Mas tem também efeitos sobre vertebrados, como nós. E pior, nós não conseguimos eliminá-lo, ele bioacumula. Esse composto tem efeito análogo ao estrogênio, ele inibe que andrógenos como a testosterona se liguem ao seu receptor. A contaminação ambiental por DDT ameaça comunidades de aves e répteis por causar a fragilidade da casca de seus ovos e por causar a feminização dos machos, e consequente perda de fertilidade. O DDT teve seu uso banido mundialmente, inclusive no Brasil desde 1985 nas lavouras e em 1998 pelo Ministério da Saúde. Cohn e colaboradores acompanharam pacientes mulheres nos EUA, onde o DDT está banido desde 1972, durante mais de 50 anos e observaram que aquelas que foram expostas antes da adolescência tem a probabilidade de desenvolver câncer de mama muito aumentada. Isso é, agrotóxicos podem ser bombas relógio, com efeitos que demoram muito. E as pesquisas para certificar se estas substâncias são seguras necessitam tempo. É necessário que eles sejam testados em animais antes de serem liberados para o consumo humano. E precisamos saber quanto tempo estas moléculas e seus efeitos ficarão por aí. O DDT tem uma meia vida na natureza de 15 anos, isso quer dizer que vai levar uns cem anos para os campos atingirem níveis inativos. E como ele bioacumula, provavelmente todos nós temos um pouquinho desse composto correndo em nossas veias. De fato, já foi demonstrada a presença de DDE, um dos metabólitos de DDT, no sangue de paulistas (Do Nascimento e colaboradores) e acreanos (Freire e colaboradores). Os pesticidas banidos do passado foram substituídos por outros que continuam sendo utilizados. (Foto: Agência Brasil) E o banimento do DDT não acabou com o problema. Os pesticidas banidos do passado foram substituídos por outros que continuamos utilizando. Substâncias como o glifosfato e a atrazina, amplamente utilizados no país, foram estudados por dezenas de grupos de pesquisa ao redor do planeta e a conclusão acerca de seus efeitos sobre a formação de câncer e a perda de fertilidade masculina salta aos olhos em qualquer busca por artigos científicos. A atrazina estimula a expressão de uma enzima que converte testosterona em estrogênio, a aromatase. Em anfíbios, animais em que a diferenciação sexual depende mais de hormônios do que cromossomos sexuais, atrazina induz os testículos a produzir ovócitos. Isso é, anfíbios em campos contaminados com atrazina perdem sua capacidade reprodutiva e passam por um sério risco de extinção. Mas os problemas de fertilidade não são exclusividade de anfíbios. Homens expostos a agrotóxicos também tem uma diminuição na sua contagem de esperma. Assim, pode ser que se seguirmos acumulando estes desreguladores em nossa sociedade, cheguemos a um ponto que a reprodução assistida seja cada vez mais necessária. Bom, já que agrotóxicos nos causam problemas reprodutivos, será que estes problemas são passados para a próxima geração por nossos gametas? Nos últimos 15 anos vimos a comunidade científica descrever mecanismos moleculares nos quais experiências de animais em seus ambientes podem levar a mudanças na expressão de genes de seus filhos, netos etc. Este conjunto de mecanismos é chamado de epigenética, por que não causa alterações na sequência do DNA. Roedores expostos a atrazina ou vinclozolina, um fungicida utilizado em culturas como uvas, alface e cebola, durante a vida uterina têm seus padrões de marcadores epigenéticos alterados. Além disso, seus descendentes apresentam maior probabilidade de desenvolver doenças ligadas à desregulação de hormônios. Se já demorava fazer um experimento em que a exposição ao agrotóxico no desenvolvimento só causa um efeito no adulto, imagina quanto tempo demora um experimento em que a exposição do avô causa um efeito no neto. Sim, senhoras e senhores, precisamos de mais tempo para fazer os experimentos corretos antes de liberar os agrotóxicos. Não menos. E precisamos de dinheiro para a pesquisa feita em laboratórios públicos. A história da pesquisa sobre os efeitos tóxicos de agrotóxicos mostra que esta indústria age de má fé. Rachel Carson foi alvo de uma campanha de difamação e a Syngenta, fabricante da atrazina, foi pega de calças curtas quando foi obrigada a divulgar documentos internos onde ficou comprovada sua perseguição ao pesquisador Tyrone Hayes. Pesquisas financiadas por estas empresas não são confiáveis, os testes precisam ser realizados por pesquisadores imparciais. E estes estão nas Universidades e instituições públicas. O mesmo princípio de imparcialidade deve ser aplicado na hora de decidir as leis. Precisamos encontrar uma forma de discutir estes assuntos com nossos legisladores de forma mais efetiva. É muito difícil, até impossível, esperar que nossos deputados não sofram influência da indústria. O PL do veneno terá impactos sobre muitas gerações de seres humanos e animais. Da mesma forma, o desmonte da ciência pelo governo federal é uma ameaça a nossa capacidade de gerar informações relevantes para a discussão. A participação da comunidade científica nas decisões tomadas sobre políticas públicas é essencial. Fonte: NossaCiência - Eduardo Sequerra Visite-nos e deixe seus comentários. You are subscribed to email updates from ciencias agora. To stop receiving these emails, you may unsubscribe now. Email delivery powered by Google Google, 1600 Amphitheatre Parkway, Mountain View, CA 94043, United States

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